Margareth Santos – Jornalismo - UniverCidade
Jacuzzi, internet e DVD no quarto, champagne, academia e outros mimos. O que isso tem a ver com a atual geração de casados do país? A nova família brasileira, composta de duas pessoas e duas rendas, está em alta. Em geral, são casais entre 25 e 40 anos que moram em cidades das regiões Sul e Sudeste, trabalham com carteira assinada e sua renda mensal é pelo menos 70% maior que a dos casais com filhos, portanto seu padrão de consumo é mais alto. São exigentes, buscam o prazer e querem viver o melhor da vida. Nesse contexto, crianças são proibidas.
Os casais sem filhos têm atraído a atenção de alguns setores da economia que enxergam neles boas oportunidades de negócio. O turismo é um deles, acenando com a criação de pacotes especiais para esse público tão específico, que não abre mão das viagens de férias. Vera Lúcia de Souza, agente de viagens da TNT Turismo, conta que com a alta do dólar, aumentou o turismo interno. "É comum ver duplas de casais amigos pedindo pacotes para viajarem juntos. Em média, são viagens curtas de final de semana para locais mais românticos, como as pousadas da serra", afirmou. Foram criados, inclusive, roteiros diferenciados para casais, onde as hospedarias oferecem, além do conforto, garrafa de champagne, fondue, internet e DVD no quarto, academia de ginástica, jacuzzi exclusiva, entre outros. Alguns hotéis e pousadas não aceitam crianças. "Não porque os clientes não gostam delas, mas porque certos pais não lhes dão limite e não controlam os filhos. Queremos que todos os nossos clientes sintam-se à vontade, sem estarem expostos a esse tipo de estresse", acrescentou.
A gerente de qualidade, Germana Pinheiro da Costa, de 31 anos e seu marido, o consultor de empresas, Rogério Dias Regazzi, de 38 anos, é um típico casal "dink", termo inglês que significa double income and no kids, ou seja, dupla renda e nenhuma criança. Casados há quatro anos, eles priorizaram as carreiras, adquiriram patrimônio e hoje curtem a vida, adiando a vinda da prole. "Uma vez ao ano viajamos para a Europa e pelo Brasil. Se tivéssemos filhos, isso não seria possível", contou o casal. Para o economista Luiz Henrique de Almeida, de 50 anos, e sua mulher, a professora universitária aposentada Maria Salete Dagostim, de 57 anos, os filhos nunca estiveram em seus planos, mesmo depois de 20 anos de casamento. "Viajávamos muito, em média quatro vezes ao ano para o exterior, onde conhecemos lugares como África do Sul, Tailândia, Havaí e Hong Kong. Nossas férias não duravam menos de 20 dias e se tivéssemos filhos, com certeza não daria para ser assim", afirmou Salete.
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